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Crítica

O Lixo e a Fúria | Crítica

O lixo e a fúria - 30a. Mostra Internacional de Cinema

MB
17.10.2006, às 00H00.
Atualizada em 21.11.2016, ÀS 20H07

Tá certo. Todo mundo sabe quem foram os Sex Pistols. E muito já foi falado sobre o documentário O Lixo e a Fúria. Então, por que apesar de tudo isso, o documentário do cineasta Julien Temple é um programa obrigatório pra quem viu, não viu, conhece, não conhece, tem idéia ou não tá nem aí pra quem foram aqueles quatro trombradinhas nascidos na classe operária londrina? Exatamente porque, melhor que muito filmeco em cartaz, conta no seu enredo com quatro moleques (cinco com a entrada de um tal de Sid Vicious), com a alta estima lá em baixo, desprovidos de qualquer perspectiva - empurrados mais pro buraco por um estado caótico, desgastado, de miseráveis desempregados -, que subitamente, de forma bem simples, revolucionaram o mercado musical da época e catapultaram a palavra punk para todo o planeta.

O Lixo e A Fúria desfere seus primeiros embates com um pequeno preâmbulo do estado em que se encontrava a Inglaterra em pleno governo trabalhista: greves, caos, tumultos, desemprego em massa, racismo e tudo de pior que você possa imaginar. Um cenário perfeito para Johnny Rotten, Steve Jones, Paul Cook e Glen Matlock catarem seus instrumentos roubados e iniciarem, com o empurrãozinho do falastrão empresário e estilista de plantão Malcon McLaren, a banda que conseguiu juntar música, marketing pessoal e uma baita atitude.

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Com imagens fantásticas, tomadas inéditas, entrevistas recentes, colagens e edição bem ágil, o filme é um deleite para os amantes da banda. A hilária participação do Pistols no programa inglês de grande audiência Today, em que Steve Jones, sem saber aonde estava de tão bêbado, quase parte pra porrada com o apresentador - isso depois de proferir palavrões à vontade -, o famoso show no rio Tâmisa no dia do Jubileu da Rainha, quando God Save the Queen foi vomitada pela primeira vez ao vivo, os vai e vens com as gravadoras (com direito a grande comitivas à frente do palácio de Buckingham), até a turnê final pela América do Norte, que culminou com um último show em que Joãozinho Podre, cansado de tudo e todos, decide cantar uma só música (não por acaso No Fun) são algumas das mais excitantes passagens da história do rock.

Não bastasse, imagens raríssimas de uma entrevista com Sid Vicious em que o figura, caindo de sono, loucura e levando a tira colo sua Courtney Love da época, Nancy Spurgen, não consegue concatenar uma frase se quer. Assistir a O Lixo e a Fúria provocará o mesmo efeito que escutar pela enésima vez Never Mind The Bollocks, o clássico álbum dos Pistols. Impossível não se empolgar com aqueles acordes toscos, sabidos de cor, mas que sempre fazem do mundo, um lugar mais legal pra se viver.

O Lixo e a Fúria
(The Filth and the Fury)
Inglaterra, 1999, 105 min
Diretor: Julien Temple

Nota do Crítico

Excelente!
Marco Bezzi

O Lixo e a Fúria

The Filth and the Fury

1999
107 min
Documentário
País: Inglaterra
Classificação: 14 anos
Onde assistir:
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