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No Vale das Sombras

Paul Haggis investiga guerra do Iraque e dá espaço para Tommy Lee Jones brilhar

29.11.2007, às 18H00.
Atualizada em 02.11.2016, ÀS 21H05
No Oscar de 2006, quando Crash - No Limite

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O Segredo de Brokeback Mountain , Paul Haggis deixava de ser um ótimo e premiado roteirista para se tornar um diretor estreante catapultado diretamente para o topo do mercado. Se nos últimos três anos, seus roteiros tiveram três indicações ao prêmio da Academia de Artes de Hollywood ( Menina de Ouro, Crash - No Limite e Cartas de Iwo Jima ), com os dois primeiros ganhando não apenas os desejados troféus, mas também laureados com os títulos de Melhor Filme do ano, era de se esperar um alvoroço maior do mercado para este seu segundo trabalho atrás das lentes, No Vale das Sombras ( In the Valley of Elah , 2007).

Porém, assim como aconteceu na sua estréia, o canadense Haggis vai "mineiramente" comendo pelas beiradas. E talvez este seja mesmo o melhor jeito de conquistar o público com o No Vale das Sombras. O filme é ainda menos comercial do que Crash, pois trata de um assunto ainda muito polêmico, principalmente nos Estados Unidos: a guerra no Iraque. A história é inspirada na reportagem "Death and Dishonor", escrita por Mark Boal para a revista Playboy. Nela, o repórter conta a história verídica de um soldado que some poucos dias depois de voltar do Oriente Médio. Durante a investigação, são expostos fatos que põe em xeque a necessidade de se enviar para o front jovens e dar a eles poderes de semi-deuses. Ninguém está preparado para isso.

O pai do soldado desaparecido é o veterano de guerra Hank Deerfield (Tommy Lee Jones), que depois de votlar do Vietnã trabalhou por mais de 20 anos como investigador da polícia militar. Casado com Joan (Susan Sarandon), ele vai pessoalmente até o quartel tentar descobrir o que aconteceu com seu filho. Seu contato na polícia local é a Detetive Emily Sanders (Charlize Theron), que enfrenta diariamente o preconceito dos colegas homens.

Apesar de se focar bastante na investigação, o filme não quer ser um "filhote de CSI". Seu objetico maior é radiografar os dramas pessoais dos personagens. O militarizado Hank é perfeccionista, patriótico e gosta de tudo do seu jeito. Sua esposa acata seu jeito em silêncio, mas a detetive o confronta e o faz pensar, colocar tudo em perspectiva. Será que tudo aquilo pelo que lutou, tudo em que acreditou, está certo? Valeu a pena?

Os momentos de reflexão do personagem deixam espaço para a audiência também pensar. Ao contrário do que geralmente se vê por aí, Haggis é econônico na trilha sonora em momentos como esse. Diferente do que faria um diretor inseguro, que subiria o volume achando que isso aumentaria a dramaticidade da cena, ele faz crescer o silêncio e deixa a ótima atuação de Tommy Lee Jones falar por si só. A estes momentos de introspecção soma-se o ruído incessante da guerra registrada por meio das câmeras usadas pelos soldados, que registram tudo, esquecendo que o dia-a-dia naquele lugar não é Hollywood e que aquilo não é um filme.

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