Morre o produtor Dino de Laurentiis

Morreu nesta quinta-feira em Los Angeles, aos 91 anos, o produtor de cinema Dino de Laurentiis. Dino, apelido de Agostino, tem 60 anos de serviços prestados ao cinema, reconhecidos pelas 38 indicações que seus filmes receberam ao Oscar. De Laurentiis recebeu o troféu honorário em 2001.

De Laurentiis saiu de casa aos 17 anos para estudar cinema, e aos 20 já recebia crédito de produtor. Após servir na Segunda Guerra Mundial do lado dos italianos, De Laurentiis voltou ao ofício e conseguiu emplacar o seu primeiro sucesso italiano, Arroz Amargo, em 1949, mesmo ano que ele se casou com a estrela do filme, Silvana Mangano. Os dois se separariam apenas na morte dela, em 1989.

Nos anos seguintes, De Laurentiis produziu alguns clássicos do neorrealismo italiano, como A Estrada (1954) e Noites de Cabíria (1957), ambos dirigidos por Federico Fellini. Na década seguinte, ficaria conhecido por produções de mais apelo comercial, principalmente Barbarella (1968). Com o declínio da produção na Itália, De Laurentiis montou o seu próprio estúdio, o DeLaurentiis Entertainment Group, na Carolina do Norte.

Com o DEG trabalhando ativamente em Hollywood, DeLaurentiis produziu clássicos dos anos 70 como Serpico, Desejo de Matar e Os Três Dias do Condor, respectivamente em 1973, 1974 e 1975. O italiano produzia filmes europeus como O Ovo da Serpente (1977), de Ingmar Bergman, e apostas independentes, como Duna (1984), ao mesmo tempo em que jogava com as fórmulas popularescas de King King (1976), Orca, a Baleia Assassina (1977), Flash Gordon (1980) e Conan, o Bárbaro (1982).

Atribui-se a Dino de Laurentiis a descoberta de Hannibal Lecter. Foi o italiano que bancou a primeira adaptação dos livros de Thomas Harris ao cinema, em 1986, com Caçador de Assassinos, e as continuações e os prelúdios de O Silêncio dos Inocentes (1991). Hannibal - A Origem do Mal está entre os seus últimos créditos como produtor, ao lado de A Última Legião, ambos de 2007.

De Laurentiis deixa seis filhas e a viúva Martha De Laurentiis, com quem se casara um ano depois da morte de Silvana Mangano. Deixa também mais de 500 filmes, feitos sem preconceito com gêneros ou temáticas, e um histórico de confiança no talento de novos roteiristas e diretores.