Depois de declarar ser contrário ao livro digital, John Grisham autorizou a venda de edições eletrônicas de seus livros.
Em uma entrevista ao Today Show da NBC em 2009, o autor de A Firma e O Júri havia dito que os descontos das grandes redes e o advento do livro eletrônico seriam um desastre a longo prazo para editoras, livrarias e autores. Para o escritor, que iniciou a vida como advogado, o novo cenário levaria ao desaparecimento de editoras e livrarias, dificultando o surgimento de novos autores. O que não se sabe é se Grisham mudou de opinião ou foi convencido pela realidade do mercado.
The Innocent Man
A autorização de Grisham para venda de edições eletrônicas atinge todos os seus 23 títulos, que já venderam 250 milhões de volumes em todo o mundo e serviram de base para vários filmes. O diretor da Knopf Doubleday Publishing Group, Sonny Mehta, comemorou o novo acordo com Grisham como a oportunidade de criar uma nova geração de leitores para o autor.
A popularização das edições eletrônicas, apoiada pelo lançamento dos leitores Kindle (Amazon), Nook (Barnes and Noble) e Kobo (Borders), entre outros, iniciou uma batalha entre editoras, autores e livrarias sobre a divisão de royalties. Em meio à luta, a editora Random House anunciou que faria uma nova interpretação dos contratos fechados antes de 1994 para garantir seus direitos às edições eletrônicas. Em resposta, o sindicato Authors Guild defendeu que os escritores que possuíam contratos antigos mantinham a propriedade do direito autoral sobre um tipo de edição que não existia quando assinaram seus contratos.
Surgiram, também, preocupações quanto à pirataria de livros. O sucesso do novo formato, no entanto, pode ser medido pelo aumento nas vendas, que atingiram mais de 55 milhões de dólares no final de 2009 segundo o Digital Publishing Forum, o triplo do mesmo período em 2008.