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Show de Vizinha | Crítica

<i>Show de vizinha</i>

23.09.2004, às 00H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H16

Show de vizinha
The Girl next door
EUA , 2004
Comédia - 100 min.

Direção: Luke Greenfield
Roteiro: David Wagner, Brent Goldberg

Elenco: Emile Hirsch, Elisha Cuthbert, Timothy Olyphant, James Remar, Chris Marquette, Paul Dano, Timothy Bottoms,. Donna Bullock

Na década de 1980, os filmes feitos para adolescentes seguiam o estilo de Porky´s (de Bob Clark, 1982) e A Vingança dos Nerds (de Jeff Kanew, 1984) de humor escrachado, escatológico e quase pornográfico. No fim do século passado, o estilo foi revivido por American Pie (de Pal Weitz, 1999). Mas assim como Negócio Arriscado (de Paul Brickman, 1983) conseguiu ser sexy e diferente do que era padrão para sua época, Show de vizinha (The girl next door, de Luke Greenfield) chega para dar uma refrescada no atual cenário.

O problema é que as semelhanças entre as duas histórias são tão profundas que chegam a diminuir as virtudes do novo filme. Veja só: no lugar de Joel Goodsen (Tom Cruise em seu primeiro grande papel) está Matthew Kidman (Emile Hirsch), ambos estudantes esforçados e prestes a irem para conceituadas universidades. A prostituta interpretada por Rebecca De Mornay dá lugar a uma atriz pornô, papel de Elisha Cuthbert - a Kim Bauer da série de TV 24 horas. O cafetão Guido (Joe Pantoliano) agora é o produtor de filmes eróticos Kelly (Timothy Olyphant). E a gema que some da casa de Joel e faz com que ele tenha de ganhar uma nota preta da noite para o dia é transformada num estudante asiático de intercâmbio.

Talvez uma das grandes diferenças entre os dois é que Show de vizinha deve empolgar mais os garotos do que as garotas. Apesar de Emile Hirsch ter um olhar inocente (e lembrar um certo Leonardo DiCaprio), ainda não tem o mesmo charme que Cruise já demonstrava há 20 anos. E mais: em vez de ter o astro de Top Gun deslizando de meias e cueca pela casa, o novo filme mostra o personagem de Elisha Cuthbert se despindo até ficar só de calcinha enquanto Matthew fica observando "sem querer".

É exatamente nesta cena que a vida do garoto começa a mudar. Logo que percebe que foi vítima do voyeurismo de seu vizinho, Danielle (Cuthbert) vai atrás do troco. Com o placar empatado, os dois começam a se tornar amigos e o clima logo vai esquentando para algo mais do que a simples amizade. A primeira das várias reviravoltas que o filme dá acontece quando o menino descobre que sua namoradinha era uma atriz pornô. Seguindo conselhos de um de seus amigos inseparáveis, Matt a leva para um motel na esperança de realizar todas as suas fantasias (e as de 10 em cada 10 adolescentes no auge de sua curiosidade sexual e excesso de testosterona). Entendendo o porquê da mudança de atitude do menino, Danielle percebe que nunca vai conseguir fugir de seu passado e resolve voltar para o mundo de onde veio, para o desespero de Matt, que está disposto a tudo para tê-la de volta. Tudo mesmo! Até ir para Las Vegas numa convenção de "filmes adultos", enfrentar produtores mafiosos e... bem, você verá no filme.

É interessante notar que Cuthbert é bem mais sexy quando é Danielle do que quando assume de vez o papel de Athena, seu "nome artístico". Prova de um talento que fica apagado entre os gritos, correrias e encrencas que seu personagem se mete na série de TV. Mas quem rouba a cena é Olyphant. Ele vai do cara mais velho que é quase um irmão ao egoísta homem de negócios que só pensa em tirar vantagem das situações. Seu cinismo nunca deixa transparecer se ele é ou não um cara legal.

Para acompanhar cada cena chave, o diretor conseguiu colar uma música no mínimo boa. Para se ter uma idéia, o filme começa com "Under Pressure", que reuniu Queen e David Bowie, e termina com "Baba O´ Riley", do Who, totalizando 37 músicas, fora a trilha sonora criada por Paul Haslinger. Sem dúvida, mais uma isca para chamar a atenção do público jovem e que acaba servindo de desculpa para que os trintões (e mais velhos) se divirtam sem muito constrangimento.

Apesar de mostrar tudo aquilo que já foi visto centenas de vezes no cinema, Um show de vizinha é uma gostosa surpresa, pois consegue apresentar estas idéias de forma divertida e diferenciada. O filme é sexy sem ser apelativo e engraçado sem forçar a barra. Prova disso são os ótimos devaneios de Matt, que são gozados, sem mostrar qualquer tipo de secreção corporal.

Nota do Crítico
Bom
Um Show de Vizinha
The Girl Next Door
Um Show de Vizinha
The Girl Next Door

Ano: 2004

País: EUA

Classificação: LIVRE

Duração: 108 min

Direção: Luke Greenfield

Elenco: Elisha Cuthbert, Emile Hirsch, Timothy Olyphant, Paul Dano

Onde assistir:
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