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Crimes em Wonderland | Crítica

<i>Crimes em Wonderland</i>

23.12.2004, às 00H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H16

Crimes em Wonderland
Wonderland

EUA, 2003
Drama - 98 min.

Direção: James Cox
Roteiro: James Cox, Captain Mauzner, Todd Samovitz, D. Loriston Scott

Elenco: Val Kilmer, Lisa Kudrow, Kate Bosworth, Josh Lucas, Christina Applegate, Dylan McDermott, Eric Bogosian, Tim Blake Nelson, Ted Levine, Janeane Garofalo

Casos obscuros e sem solução sempre forneceram matéria prima para o cinema. Crimes em Wonderland, o terceiro longa-metragem do diretor James Cox (Rock Star), é um exemplo do fascínio que esses temas exercem.

Em 1981, na avenida que empresta seu nome ao filme, no bairro de Laurel Canyon em Los Angeles, quatro pessoas foram assassinadas de modo hediondo. A ocorrência se perderia entre tantas outras, não fosse o envolvimento de John Holmes, o rei dos filmes pornôs.

Holmes tornou-se célebre nos anos setenta por seus bem-dotados 35 centímetros, interpretando a personagem John Wadd em fitas de sexo explícito.

O mesmo crime foi alvo de atenção do cinema em Boogie nights, do diretor Paul Thomas Anderson. No filme, a visita aos bastidores da indústria pornô centrava-se na personagem Dirk Diggler, vivida por Mark Wahlberg e inspirada em Holmes.

Em Wonderland, não se vê o garanhão que transou com mais de quatorze mil mulheres em cerca de duas mil quinhentas produções de sexo explícito. Aqui, Holmes aparece depois do sucesso, quando sua vida resumia-se ao abuso de drogas pesadas. Agora sem condições atuar, associa-se aos criminosos da gangue de Wonderland. Para saldar dívidas, organiza, então, o assalto à casa de Eddie Nash, um traficante temido. As coisas não saem como o esperado.

O filme enfoca dois depoimentos: o de Holmes que alegava não ter participado do massacre, e o do motoqueiro David Lind que o acusava de ter sido peça-chave na tragédia. A polícia colheu declarações de ambos com o intento de condenar Nash. Aí reside todo o apelo do filme. Acompanhando a mesma história narrada sob perspectivas diferentes, tem-se uma visão similar do crime, porém com as personagens divergindo quanto à própria participação.

No papel de John Holmes, o sumido Val Kilmer, em bela atuação, expõe facetas pouco conhecidas do astro pornô. Dylan McDermott surpreende, como David Lind, numa interpretação bem diferente dos galãs que marcaram sua carreira. Kate Bosworth comove na pele de Dawn Schiller, namorada de Holmes enquanto Lisa Kudrow constrói para sua personagem Sharon uma presença sofrida capaz de amparar Schiller ao mesmo tempo em que tenta ajudar o ex-marido Holmes.

O resto do elenco, no entanto, é desperdiçado. A edição frenética da película faz com que passem quase despercebidos os talentos de Eric Bogosian, Carrie Fisher, Christina Applegate, Tim Blake Nelson, Janeane Garofalo, Josh Lucas e Natasha Gregson Wagner.

Longe de solucionar o trágico acontecimento, Crimes em Wonderland prende a atenção do espectador e convida ao debate. Empregando uma montagem agitada, James Cox mostrou como a verdade por trás dos fatos pode ser nebulosa e fugidia. A morte de John Holmes por AIDS em 1988, com certeza, ajudou a tornar mais espesso o mistério envolvendo aquela noite fatídica.

Nota do Crítico
Bom
Crimes em Wonderland
Wonderland
Crimes em Wonderland
Wonderland

Ano: 2003

País: EUA / Canadá

Classificação: 16 anos

Elenco: Val Kilmer, Kate Bosworth, Carrie Fisher, Dylan McDermott, Louis Lombardi

Onde assistir:
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