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A Mão do Diabo | Crítica

<i>A mão do diabo</i>

07.11.2002, às 00H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H13

A estréia na direção de longa-metragens do ator Bill Paxton (Apolo 13, Titanic, Twister) não empolgou o público, apesar da presença do bom Matthew McConaughey (Reino de fogo, Contato) no papel principal e das boas críticas recebidas.

A mão do diabo (Frailty, 2001), thriller claramente inspirado no legado de Alfred Hitchcock e que lembra também os filmes de M.Night Shyamalan (Corpo fechado, Sinais) - outro discípulo do grande mestre do suspense -, tem seus méritos. Há uma boa reviravolta na história, alguns momentos de tensão e a produção jamais se apóia na violência gráfica para dar dramaticidade às cenas. Todavia, escorrega nos detalhes e tem interpretações mornas demais, motivos suficientes para torná-lo um filme mediano, daqueles que é melhor deixar pra assistir em casa.

O filme começa no escritório do FBI no Texas, onde um homem exige falar com o agente Wesley Doyle (Powers Boothe), investigador encarregado do caso do assassino serial A Mão de Deus, pois garante ter detalhes sobre os crimes. Fenton Meiks (McConaughey), a testemunha, alega que havia descoberto que seu irmão era o assassino e que ele acabara de cometer suicídio.

As explicações de Fenton para as motivações de seu irmão são reveladas na forma de uma série de flashbacks (que ocupam mais da metade dos 100 minutos do filme). A história tem início em 1979, quando Fenton (Matthew OLeary) e seu irmão (Jeremy Sumpter) vivem com seu pai (Bill Paxton, multitarefa), viúvo desde que sua esposa morreu dando a luz a Adam. O pai é gentil e amoroso e as duas crianças desfrutam uma vida normal e sadia, até que ele os acorda de madrugada para revelar que foi visitado por um anjo.

Na aparição divina, o arauto de Deus delegou aos três uma tarefa sagrada: livrar o mundo dos demônios que se escondem na forma de seres humanos comuns. Poucos dias depois, o pacato pai de família, completamente tomado pela sua cruzada, está ensinando aos meninos como destrinchar os cadáveres dos demônios com um machado santo e qual a forma correta de enterrá-los no jardim.

Enquanto Adam, o filho mais novo, tem certeza absoluta da pureza da missão, cresce a convicção de Fenton de que ele está louco. O primogênito decide então dar um fim nas mortes, desconhecendo o efeito que suas ações terão em seu futuro.

Apesar de uma ótima premissa, que poderia oferecer um interessante debate sobre a existência ou não de Deus, poderes psíquicos ou pura sorte, o filme fracassa em certos momentos cruciais, quando opta pela saída tecnicamente mais simples. A pouca experiência do diretor e do roteirista, o também estreante Brent Hanley, fica evidente durante essas cenas, que, melhor trabalhadas, poderiam oferecer um suspense de primeira linha.

Vale uma locação, mas não um ingresso de cinema. Todavia, um começo razoável para a carreira de Paxton na direção. Resta esperar seu próximo filme para acompanhar seu desenvolvimento.

A mão do diabo
(Frailty) EUA, 2001
Direção: Bill Paxton
Roteiro: Brent Hanley
Elenco: Matthew McConaughey, Bill Paxton, Luke Askew, Matthew OLeary, Jeremy Sumpter

Imagens © Lions Gate Films

Nota do Crítico
Regular
A Mão do Diabo
Frailty
A Mão do Diabo
Frailty

Ano: 2001

País: EUA

Classificação: 16 anos

Duração: 100 min

Direção: Bill Paxton

Roteiro: Brent Hanley

Elenco: Bill Paxton, Matthew McConaughey, Powers Boothe, Matt O'Leary, Jeremy Sumpter, Luke Askew, Levi Kreis, Derk Cheetwood, Missy Crider, Alan Davidson, Cynthia Ettinger, Gwen McGee, Rebecca Tilney

Onde assistir:
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