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Guillermo Del Toro fala sobre sua parceria com James Cameron em Nas Montanhas da Loucura

Diretor fala da sua volta ao horror e conta como convenceu a Universal a bancar o projeto

15.09.2010, às 13H41.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 14H07

Durante o Festival de Toronto, Guillermo Del Toro falou ao Collider sobre seus projetos de TV e animação. Ainda no festival, ele conversou com o Deadline sobre a adaptação ao cinema de Nas Montanhas da Loucura (At the Mountains of Madness), do mestre do terror Howard Philips Lovecraft (1890-1937), que James Cameron produz e Del Toro escreve e dirige para a Universal.

Del Toro repassa o momento em que a parceria com Cameron se formou: "Quando eu sai de O Hobbit, havia sobre a mesa uma variedade de projetos, grandes, belos, potencialmente lucrativos, e um deles eu estava desenvolvendo com Jim Cameron. Com minha teimosia típica, durante uma reunião para esse projeto eu passei para Jim o roteiro [de Nas Montanhas da Loucura] e ele disse 'você ainda quer fazer esse?'. E então ele falou 'tudo bem, vamos seguir em frente com este aí'. É o filme que eu mais quero fazer".

Nas montanhas da lourcura

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"Não faço um filme de horror há muito tempo. A Espinha do Diabo meio que faz do fantasma a vítima. Blade 2 é mais ação. Amo o gênero, e acho que a última fez em que trabalhei nele foi com Mutação [em 1997], que não era um horror pelas razões certas. Frankenstein tem o fato de, por muito tempo na trama, você torcer a favor do monstro. Para o horror funcionar, é preciso botar medo", continua.

"O monstro tem que ficar numa luz preto e branca. Eu adoro monstros demais para escondê-los numa luz assim, mas Lovrecraft permite que eu faça isso, porque a proporção do monstro é gigantesca. Quando o monstro tem um tamanho que te permite humanizá-lo, normalmente esse é o caminho que eu tomo. Mas o horror cósmico de Lovecraft tem uma dimensão tão grande, que isso te força a procurar humanidade em outros aspectos do conto. Daí o monstro pode permanecer inumano, assustador e remoto", diz.

Del Toro então detalha como conseguiu convencer a Universal: "[Os produtores] Adam Fogelson e Donna Langley sempre gostaram do projeto. Quando eu sai de O Hobbit, cheguei com um puta discurso na Universal. Falei com o coração, e Donna e Adam ficaram emocionados. Mas eu quero filmar já em junho do ano que vem; não faz sentido eu ficar mais um ano sem filmar nada. Então Jim e [os produtores de Cameron] Jon Landau e Rae Sanchini foram numa reunião comigo. Falamos sobre o mundo e a experiência que Montanhas proporcionariam. Não temos ainda o sinal verde, estamos vendo orçamento e os designs, mas acredito piamente que começamos mesmo a rodar em junho".

"Estávamos orçando as criaturas com [as companhias de efeitos] Spectral Motion e ILM, quando Dennis Muren me disse que ninguém nunca viu criaturas assim. Isso realmente um dos pontos altos da minha gorda vida, receber um elogio de um semideus como Muren. É difícil dizer como serão as criaturas sem estragar a surpresa. Não é só o 3-D de Cameron. Do jeito como elas serão feitas e renderizadas, isso trará para frente um aspecto de Lovecraft que não tem sido explorado em filmes de live-action. Parte do meu discurso era dizer que eu estou colocando todas as minhas fichas acumuladas em 20 anos de cineasta nessa única aposta. É fazer ou dar adeus para mim", completou.

Em Nas Montanhas da Loucura somos apresentados a uma expedição universitária que descobre fósseis de criaturas desconhecidas e rochas entalhadas com milhões de anos de idade, bem no meio da imensidão gelada da Antártida. O achado é apenas o início de algo muito maior e mais aterrador, um evento que muda o entendimento dos humanos sobre o planeta e suas próprias vidas.

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