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Entrevista

Eclipse: Omelete Entrevista Robert Pattinson

Ator fala da interação com Taylor Lautner, briga por mulher, a cena mais difícil e o novo diretor

29.06.2010, às 23H14.
Atualizada em 05.11.2016, ÀS 13H01

Não deve ser fácil ser Robert Pattinson, um dos atores mais aclamados do momento, estrela da Saga Crepúsculo... e ainda assim bastante tímido. Risos nervosos, muitas passadas de mão pela cabeça, enfim, o alto grau de nervosismo é facilmente percebido na entrevista coletiva do terceiro filme da série. Quem esteve por lá representando o Omelete e mostra como foi é Steve Weintraub, editor do site parceiro Collider, e nosso homem em Hollywood.

Entre outras coisas Robert fala sobre as diferenças do novo diretor, como foi poder trabalhar mais com Taylor Lautner neste filme e seus próximos projetos: Bel Ami, Water for Elephants e Unbound Captives. Assista ao vídeo abaixo (sem legendas) ou leia a transcrição dos melhores momentos do bate-papo.

A Saga Crepúsculo: Eclipse

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Seu personagem é considerado um herói romântico, mas Edward também é muito possessivo. Como você acha que o personagem mudou no decorrer desses três filmes?

Robert Pattinson: Nos primeiros dois filmes ele se sente distante da realidade. Então encontra uma pessoa a quem pode se apegar e é daí que vem o sentimento de posse. Acho que, com o andamento da série, ele vai aceitando o mundo contemporâneo. Todas as coisas que pareciam defeitos vão se tornando menos relevantes - é assim que estou tentando interpretá-lo. Ele está se soltando um pouco mais em Eclipse, então espero que até o fim de Amanhecer ele seja como um cara normal de 17 anos, que é apenas um pouco pálido.

Qual é a peça do seu figurino que sempre te coloca dentro do personagem?

Provavelmente as lentes de contato. Elas me deixam triste assim que as coloco. É isso que cria a melancolia do personagem.

Você teve que aprender alguma nova habilidade para fazer Eclipse?

Acho que tive que aprender a correr direito. Nos outros dois eu corria e meio que mancava e saltitava. Dessa vez eu tinha que parecer capaz de correr de maneira mais sólida. Então passei muito tempo numa esteira gigante, como aquelas em que ratos correm, e me filmaram correndo para que eu pudesse melhorar minha performance.

Você já brigou por alguém pelo amor de uma mulher?

Sim, mas não sei se era por amor. Era mais por orgulho mesmo.

Então você já competiu com outro cara por uma mulher, assim como Edward e Jacob?

Competir? Não, nunca. Não sou muito bom nisso. Eu simplesmente deixo a coisa passar. Se você já estava com a garota em primeiro lugar, talvez seja forçado a brigar um pouco. Mas eu nunca me colocaria na posição do Jacob, porque aí você é o cara que separou o casal.

Como foi trabalhar mais com Taylor Lautner dessa vez?

Foi bom porque eu nunca faço cenas com outras pessoas além da Kristen, exceto algumas coisas pequenas. Aquelas cenas mostram o Edward se permitindo sentir emoções mesquinhas, como sentir ciúmes do Jacob e não conseguir se controlar, porque Jacob o afeta muito. E assim fica bem mais fácil quando preciso interpretar emoções de proporções maiores, depois de deixar alguém passar pelas suas defesas. Então, praticar isso com Taylor foi muito legal e ele também é um ótimo ator.

Houve alguma cena em especial que você gostou de fazer?

Em algumas cenas era legal simplesmente tê-lo lá. Gosto das cenas em que Bella é obrigada a revelar algo sobre si mesma para mim e Jacob, ao mesmo tempo. É uma coisa extra com a qual poderemos nos identificar. Na maior parte das cenas, sou só eu e Bella e ela está tentando fazer com que Edward entenda alguma coisa. E Edward é sempre muito compreensivo com o fato de que ela também está envolvida com outro cara e que tudo não gira só em torno do relacionamento deles. Então isso deixou as coisas um pouco mais interessantes.

Como foi fazer a cena da barraca? Foi difícil não dar risada?

Na primeira vez que fizemos essa cena, eu estava entrando em pânico. Não sei por quê. Acho que tinha a ver com claustrofobia, porque estávamos filmando numa barraca de verdade. Eu não conseguia acertar, ficava errando minhas falas, estava muito nervoso. Eu queria socar qualquer um que chegasse perto de mim. Fizemos uns três takes e a Kristen estava no chão, supostamente dormindo, e ela viu que eu estava apavorado. Então, no meio da cena, ela abriu os olhos e ficou olhando para mim e tentando me fazer rir. E essa é a cena mais séria do filme inteiro. Conseguimos só um take bom dessa cena, e foi por causa disso. Acho que quando eu estava tentando me segurar, me sentia mais vivo ou algo assim.

Em cada filme, vocês tiveram um diretor diferente. Você precisa explicar seu personagem para cada diretor?

Isso é interessante. No primeiro Crepúsculo, todos tinham ideias muito específicas e todos ficavam dando opiniões o tempo inteiro. Em Lua Nova, Chris Weitz basicamente chegou com a opinião de que gostava do primeiro e do que os atores estavam fazendo, então seguimos nesse caminho. Aí, quando David Slade chegou, ele queria que tudo fosse completamente diferente dos dois primeiros. Então conversamos sobre desenvolvimento de personagem a partir dos dois filmes. Ele disse, "Não importa, vamos fazer algo completamente diferente" - o que é bom, porque é desafiador. É fácil ficar estagnado quando você interpreta o mesmo personagem várias vezes. Em Lua Nova, eu senti que estava me aprofundando um pouco mais. Em Eclipse, senti que estava fazendo um filme e um personagem completamente diferentes. Então foi legal e desafiador.

Qual foi a grande mudança que David Slade implementou?

Acho que ele estava se esforçando para que não ficasse tão solene. Na minha visão, Edward era muito calculista e nada era precipitado. E David queria acelerar todo o processo e deixá-lo mais vulnerável.

Edward e Victoria têm uma cena de luta muito legal nesse filme. Você e Bryce Dallas Howard tiveram que treinar muito para isso? E como foi lutar contra uma menina?

Eu e Bryce tivemos um pouco de treinamento. É muito difícil fazer essas cenas com ela, porque ela é uma pessoa muito gentil e sempre dá risada quando você dá algum golpe. E ela ficava com medo de me machucar. Então, a maior parte das coisas cruéis que eu fiz foi com uma dublê que era muito, muito durona. Nas cenas com Bryce, nós só ficamos rolando no chão e pegando um no outro. Foi divertido.

Você tem medo de que seus outros personagens sejam sempre comparados ao Edward Cullen?

Eu sempre achei que, se uma coisa estoura muito rápido, leva a mesma quantidade de tempo para que as pessoas passem a pensar em outra coisa. Mas não sei. Espero que não. Ou talvez isso seja algo bom. Não faço ideia.

A trilha sonora do primeiro filme tinha uma música sua. Você pensa em contribuir para outros filmes?

Já fiz algumas coisas, sempre estou trabalhando nisso. Há alguns dias assisti Crepúsculo na TV pela primeira vez e, quando minha música entrou, fiquei pensando em como era bizarro que eu realmente tinha uma música em um filme. Acho incrível que Catherine [Hardwicke] realmente fez isso, o que mostra o quanto nenhum de nós achava que o filme faria esse sucesso tão grande. Eu nunca pensei que as pessoas comprariam a trilha sonora. Então agora existe um pouco mais de pressão. Mas não sei, talvez.

Como você acha que será a evolução de Edward em Amanhecer?

Eu ainda não li o livro. Vou começar a ler no mês que vem, depois do trabalho que estou fazendo agora. Eu não estava planejando demorar tanto para começar a ler, mas é muito empolgante. Então, não faço ideia. Já ouvi alguns boatos sobre o que acontece na história, mas nem sei o que acontece.

Você já conversou com Bill Condon?

Conversamos brevemente há algumas semanas, meio que por acaso, logo antes do MTV Awards, em um bar. Ele parecia ótimo, pareceu ser um cara muito, muito legal. Acho que será muito bom, mas nem sei onde vão filmar nem nada.

Você poderia falar sobre seus próximos projetos e seus personagens nesses filmes?

Bel Ami é sobre um personagem chamado Georges Duroy, que é um ex-soldado falido em Paris, em 1890. Basicamente, ele é desmotivado e tem ciúmes de tudo. Eu gosto muito da história. Hoje os jovens acham que têm direito a tudo. Querem um emprego com baixas barreiras de entrada e ganhar 100 mil dólares por ano, logo no começo. E esse cara é exatamente assim. Ele não tem talento nenhum. A única coisa que ele faz, e ainda é por acidente, é encontrar um cara que também é do exército e acaba conseguindo impressioná-lo. Então esse cara lhe oferece dinheiro e o convida para ficar na casa dele. No fim das contas, ele convidou o diabo para entrar na sua casa, porque Duroy seduz a esposa do amigo e todas as mulheres influentes que ele consegue encontrar, e tem um caso com elas. Ele acaba transando com toda a sociedade e ganha milhões e milhões de francos. É um personagem divertido, maléfico e completamente amoral. É uma história sobre como pessoas sem talento podem vencer às vezes, sem fazer absolutamente nada.

Water for Elephants é a história de um cara, em 1931, cujos pais morreram num acidente de carro. Ele vai para a universidade estudar ciências e um dia pega um trem, desesperado para encontrar algo novo e descobre que é um trem de circo. Ele acaba se apaixonando pela estrela do circo, que é casada com apresentador. Todo o caos é despertado depois disso.

Unbound Captives é um drama romântico de faroeste e meu personagem é filho da Rachel Weisz, mas ele foi sequestrado por índios Comanches e criado por eles. Minha mãe passou 15 anos tentando me encontrar e quando me consegue, não sei mais falar inglês, não reconheço quem ela é e ela também não me reconhece. Quando eu volto, já pareço um Comanche e tenho um caso forte de distúrbio de déficit de atenção. Então é um filme sobre como viver em um novo ambiente.

A Saga Crepúsculo: Eclipse já está em cartaz.

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