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Dia dos Namorados Macabro 3D

Recurso tecnológico salva o terror da mesmice

12.03.2009, às 17H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H45

O subgênero do terror de maníaco oitentista está definitivamente de volta. Como o recente Sexta-Feira 13, Dia dos Namorados Macabro 3-D (My Bloody Valentine 3D, 2009) segue à risca a cartilha tranquila do gênero. Voltam não apenas os sustos e a sangueira decorrentes das aparições dos assassinos com um marketing pessoal todo particular (máscara de hockey, máscara sem face, máscara de gás...), mas também a nudez, elemento indispensável nesse tipo de produção.

A trama começa 10 anos no passado, quando um acidente em uma mina na pacata cidade de Harmony termina com um saldo de cinco mortos e um mineiro em coma. Descobre-se mais tarde que não foi apenas um acidente - o sujeito que entrou em coma aproveitou-se da situação para assassinar seus colegas. Algum tempo depois, no dia dos namorados, ele desperta - e inicia uma onda de assassinatos, vestindo uniforme de mineiro e uma picareta, deixando 22 corpos pelo caminho e, supostamente, sendo morto e enterrado pela polícia ao final. Mais dez anos se passam e tudo indica que o pesadelo está de volta...

Dia dos Namorados Macabro

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Com uma trama de pistas falsas e investigações mais desnecessariamente enrolada que inteligente, a única inovação de verdade que o diretor Patrick Lussier (Luzes do Além) oferece nessa refilmagem do terror de 1981 é a tridimensionalidade - o uso de óculos 3-D para assistir ao filme com profundidade. E ele soube usar direitinho a traquitana tecnológica. Faz esguichar sangue, voar a picareta do assassino, explode bolas de fogo na direção da platéia e vai além, empregando o recurso a favor da nojeira. Caixas torácicas aparecem escancaradas e quase dá pra enfiar a cabeça lá dentro para ver os corações faltando - a marca registrada do psicopata do filme.

Outros bons momentos acontecem quando o diretor coloca uma barreira texturada (uma tela, um vidro, um gradil) entre caçador e caça. A câmera, sempre do lado da vítima, cria uma ilusão interessante em 3-D: a de que o monstro está dentro da tela enquanto seu objeto de desejo doentio divide espaço conosco. O auge desse ideia acontece quando a atriz Betsy Rue, que havia passado vários minutos fugindo peladona do matador da picareta, defende-se do atacante com o estrado da cama. Essa deve estar entre as cenas de nudez mais gratuitas da história do cinema, mas a moça atua em pelo com tanta convicção que não dá pra não torcer por ela e seus implantes.

A preocupação do cineasta, portanto, é muito mais voltada ao aspecto "parque de diversões" do filme do que o que imagino que os produtores entendam como "bobagens artísticas". Definitivamente, não é esse tipo de filme.

O elenco é razoável e na medida para os desafios do longa (basicamente gritar, correr e parecer assustado ou nervoso). No papel de Tom, herdeiro da mina que inadvertidamente causou o acidente no local há tantos anos, está Jensen Ackles, conhecido por Supernatural. Sua namoradinha do passado é vivida por Jamie King (Sin City), personagem que agora está casada com o xerife, Axel, interpretado por outro egresso da TV, Kerr Smith, de Dawson´s Creek.

Sem grande apelo a não ser o 3-D decente, Dia dos Namorados Macabro 3-D merece ser conferido em um cinema que disponha do recurso. Do contrário, não passa de um mais do mesmo (todo o blá blá blá investigativo do terceiro ato chega a dar sono) que nem de longe tem a estilosa cinematografia de outro remake recente, o já citado Sexta-Feira 13.

Assista aos clipes e trailer do filme

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