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Encontrando Forrester | Crítica

Que mundo perfeito!

12.04.2001, às 00H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H11

Quando estava lançando Amores Possíveis, Murilo Benício falou que não perde um filme de Al Pacino porque são sempre bons. Murilo espera construir uma carreira espelhada no ideal de também se tornar sinônimo de boas histórias. Sean Connery tem este dom.

Em Encontrando Forrester, o ex-James Bond interpreta William Forrester. Escritor com um único livro publicado, Forrester resolveu se enclausurar no seu apartamento, no Brooklin, depois que os críticos começaram a especular sobre o que ele quis dizer quando fez o romance premiado com o Pulitzer. Sumido, ele virou duplamente uma lenda. Primeiro porque seu segundo livro nunca chegou às lojas e depois porque ele vivia olhando as ruas de sua janela, sem nunca ser visto fora de seu apartamento.

Encontrando Forrester

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Forrester mora em frente à quadra onde Jamal (Rob Brown) e seus amigos jogam basquete. Este jovem de 16 anos tem, além do esporte de Michael Jordan, a paixão pela literatura. Acuado pelos parceiros das peladas de todos os dias, Jamal aceita o desafio de invadir a casa do "janela", como era chamado Forrester.

"Acidentalmente", como só poderia acontecer em Hollywood, Jamal deixa sua mochila cheia de anotações na casa do escritor escocês. O literato não apenas lê tudo o que o garoto escreveu, como também se dá ao trabalho de fazer comentários a respeito das passagens que mais gostou. Começa então uma relação professor-aluno entre os dois.

Não se assuste com o clima parecido com Gênio Indomável do filme, pois estamos falando do mesmo diretor: Gus Van Sant. O próprio cineasta encarou o projeto como uma espécie de continuação do filme estrelado por Matt Damon e Robin Williams. Porém, há aqui um clima de fantasia muito grande que chega a deixar o filme inverossímel em várias partes.

Tudo dá certo para que o menino do gueto se dê bem. Além de conseguir um escritor profissional para ajudá-lo com seus textos, as boas notas de Jamal fazem com que ele seja convidado a estudar numa escola particular da nobre Manhattan. Ao chegar lá, ele é recebido de braços abertos por Claire (Anna Paquin), uma riquinha que está muito além dos preconceitos de raça ou qualquer outro tipo. Nem precisamos falar que vai pintar um romance entre os dois, né?

Com tantos clichês e "coincidências", o jeito é fechar os olhos e se conformar que aquilo é um filme em que tudo tem que dar certo... e vai dar! Sean Connery não decepciona ao fazer o guru intelectual que dá broncas e ensina. Já Rob Brown surpreende. Esta é a primeira atuação da vida do menino (nem mesmo do teatrinho da escola ele tinha participado) e ele não demonstrou em nenhum momento insegurança na sua interpretação. Com méritos conseguiu fazer o papel do menino que ensina o desiludido ídolo a viver novamente. De quebra, ainda joga basquete muito bem!

O fim não poderia ser mais peculiar. Ao som de "What a Wonderful World", as letrinhas dos créditos vão subindo na tela. Escolha perfeita para um filme que mostra o quanto a vida pode ser maravilhosa para jovem negro dos guetos... em Hollywood, claro!

Imagens © 2001 - Columbia Pictures, Inc.

Nota do Crítico
Ótimo
Encontrando Forrester
Finding Forrester
Encontrando Forrester
Finding Forrester

Ano: 2000

País: EUA

Classificação: 12 anos

Duração: 136 min

Direção: Gus Van Sant

Elenco: Sean Connery, Rob Brown, F. Murray Abraham, Anna Paquin, Busta Rhymes, April Grace, Michael Pitt, Michael Nouri, Matt Damon, Richard Easton, Glenn Fitzgerald, Lil' Zane, Gus Van Sant

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