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Crítica

Crítica: Anjos da Noite: A Rebelião

Terceiro filme da série dá nova direção à franquia no cinema

16.04.2009, às 17H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H46

Em 2003, Anjos da Noite (Underworld) atraiu a atenção de fãs de quadrinhos, horror e RPGs por recuperar nos cinemas um embate ancestral da literatura e frequente no mundo pop: o dos vampiros e lobisomens. Mais do que isso, situou esse conflito em um cenário urbano cheio de mistério - o leste europeu -, deu a ele novas armas além das clássicas presas e garras das criaturas e o encheu de sensualidade (Kate Beckinsale apertada em látex).

Três anos depois, o segundo capítulo exagerou na dose. Errou ao tirar o interesse do universo criado e depositá-lo todo em uma correria sem fim contra um monstro alado - o primeiro vampiro - e seu irmão lobisomem (ou melhor, Lycan). O desfecho deixava portas abertas para uma segunda continuação, que prometia seguir naquela linha. Felizmente, os produtores tiveram uma ideia melhor.

Anjos da Noite: A Rebelião (Underworld: Rise of the Lycans, 2009) amplia a mitologia da série ao contar em 90 minutos uma história apresentada lá no primeiro filme em um breve flashback: a do romance entre Sonja e Lucian.

A trama volta mil anos no tempo, quando a vampira guerreira Sonja (Rhona Mitra), filha de Viktor (personagem recorrente de Bill Nighy), e o lycan Lucian (outra vez Michael Sheen) desafiaram suas sociedades por um amor proibido. É uma espécie de Romeu e Julieta com rosnados, misturada com Spartacus, já que o lobisomem acaba liderando a rebelião de sua raça contra os opressores sanguessugas que os escravizam.

Apesar de pouco original, a história é cheia de detalhes interessantes e bem desenvolvida como um universo intrincado, não apenas um pano de fundo superficial para a ação. Igualmente bem-vinda é a opção pela mudança de ares. Ainda que o cenário do leste europeu funcionasse muito bem no primeiro par de filmes, a opção pelas locações amplas e selvagens da Nova Zelândia ajudam no novo escopo. É como se as primeiras e góticas histórias fossem contadas do ponto de vista dos burocráticos vampiros e esta, mais medieval, na visão dos mais ligados à natureza lobisomens. Assim, quando a ação explode, o faz de maneira muito maior que as aventuras prévias - algo que devemos creditar ao especialista em efeitos especiais transformado em diretor Patrick Tatopoulos, que assume a série das mãos de Len Wiseman (cujo crédito aqui se resume ao de produtor).

Tatopoulos, ao contrário do que se imaginaria de um cineasta egresso do mundo tecnológico, também é bem-sucedido na direção de atores. A presença do competente Michael Sheen se faz sentir a todo instante e ele e Bill Nighy projetam uma sombra sobre os demais. Quem leva a pior é Rhona Mitra, que não é lá uma atriz shakespeareana e resulta apenas adequada no meio do ótimo elenco e inferior a Kate Beckinsale, a quem ela inevitavelmente seria comparada.

Resta saber se a série seguirá nessa linha mais visceral lycan ou voltará à elegância vampírica. De qualquer maneira, como a renda caiu a cada produção, um quarto filme é incerto. Fala-se, porém, de uma série de televisão de Anjos da Noite - mas sem Nighy e Sheen (atores de franquias cinematográficas raramente aceitam reprisar papéis das telonas na TV), o futuro de Anjos da Noite parece tão sombrio quanto a paleta de cores da trilogia...

Anjos da Noite 3

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