Os filmes da Companhia Cinematográfica Vera Cruz, considerado o primeiro estúdio de cinema profissional no Brasil, podem agora ser assistidos gratuitamente na internet. Quem disponibiliza o importante e histórico acervo é a Elo Company, empresa especializada em mídias digitais e distribuição de conteúdo audiovisual, fazendo uma importante contribuição não apenas aos fãs do cinema, como ao patrimônio histórico e cultural do país.
A Vera Cruz foi fundada em 1949 pelo produtor italiano Franco Zampari e com incentivo financeiro de Ciccillo Matarazzo. O estúdio marcou época no cinema nacional e chegou a produzir e co-produzir mais de 40 longa-metragens e documentários. Entre eles estão O Cangaceiro (1953), de Lima Barreto, o primeiro filme brasileiro a ser visto internacionalmente, e os filmes com o ator Amácio Mazzaropi.
vera cruz
Por enquanto, 13 longas de ficção e 5 documentários já estão disponíveis no canal online Elo Cinema - confira. Os longas disponíveis no site são:
- Sai da Frente (1952), de Abílio Pereira de Almeida.
Estreia de Mazzaropi no cinema, mostrando as divertidas aventuras de um motorista de carreto pela cidade de São Paulo.
- Nadando em Dinheiro (1952), de Abílio Pereira de Almeida.
Comédia onde Mazzaropi interpreta um motorista de caminhão que herda uma grande fortuna mas, depois de ridicularizado pela elite e abandonado pela família, acorda feliz com sua condição humilde de suburbano.
- Sinhá Moça (1953), de Tom Payne.
Estrelado por Eliane Lage e Anselmo Duarte, o filme fala da bela Sinhá Moça, filha de um fazendeiro dono de vários escravos, que se rebela contra seu pai na luta a favor dos escravos.
- Candinho (1953), de Abílio Pereira de Almeida.
A comédia mostra a história de Candinho (Mazzaropi), caipira que deixa o campo e viaja até São Paulo, tentar achar sua mãe.
- Família Lero Lero (1953), de Alberto Pieralisi.
Com Walter D'Avila e Marina Freire, narra as confusões de um servidor público atormentado pelos infinitos desejos de sua família, onde ninguém trabalha.
- O Sobrado (1956), de Walter George Durst.
Baseado em O Tempo e o Vento, de Érico Veríssimo, o filme mostra dois caudilhos, cercados em um sobrado, sem água e sem munições, que precisam resistir às provocações com decisão e coragem.
- O Gato de Madame (1956), de Agostinho Martins Pereira.
Arlindo (Mazzaropi) ajuda sua esposa na entrega de roupas limpas para mulheres ricas. E acaba se envolvendo com a alta sociedade paulista, numa comédia hilariante.
- Osso, Amor e Papagaio (1956), de Carlos Alberto de Souza Barros.
Os habitantes de Acanguera possuem o hábito de empinar pipa toda tarde. O chefe de polícia, um homem gordo e baixo, que é casado com uma bela mulher também faz isso. Toda tarde, no mesmo horário, ele vai ao campo, onde adultos e crianças estão empinando pipas. Esta é a hora que o único soldado de Acanguera, "visita" a esposa do chefe de polícia.
- Paixão de Gaúcho (1957), de Walter G. Durst.
Na guerra entre Legalistas e Farroupilhas, o bravo gaúcho Chileno precisa provar a sua coragem para poder se casar com sua amada Catita.
- Noite Vazia (1964), de Walther Hugo Khouri.
Com Norma Benguell e Odete Lara, o drama mostra dois amigos que contratam duas prostitutas. Mas o que era para ser uma noite de prazer acaba se transformando num conflito de angústias e ressentimentos.
- Grande Sertão: Veredas (1965), de Geraldo e Renato dos Santos Pereira.
Estrelado por Tony Ramos, Bruna Lombardi e Tarcísio Meira, o filme é a adaptação cinematográfica do clássico de Guimarães Rosa.
- O Corpo Ardente (1966), de Walther Hugo Khouri
Com Bárbara Lage e Mário Benvenutti. Drama sobre uma mulher em luta contra os seus sentimentos mais profundos.
- As Amorosas (1967), de Walther Hugo Khouri.
Com Paulo José e Stênio Garcia, o filme conta a história de um jovem cercado por amigos e por mulheres, mas que não consegue evitar sua auto-destruição.